27 de janeiro de 2013

As luzes e o circo

28 de fevereiro de 2012

Diário,


Tem mais luzes acesas hoje do que nos outros dias. Hoje elas são tantas que eu perco de vista. Elas estão espalhadas por todo lado. Estão como centenas de circos. E o poste-chuveiro não ligou outra vez. É isso aí, as coisas vêm e vão. As luzes se acendem e se apagam, todos os dias. O sol vai se reclinando no horizonte e elas começam a se acenderem, uma por uma. Deus liga seu pisca-pisca. Não sei quando tempo ainda tenho com elas, porque vamos mesmo nos mudar. Hoje elas estão tão lindas porque vieram se despedir de mim. E eu estou muito feliz, não porque vou perdê-las, mas pela graça que me foi dada ao poder vê-las todas as noites. Estou feliz porque tive elas. Depois do circo eu avaliei o que é ou não importante. Eu aprendi a valorizar e guardar os sentimentos, as boas lembranças. Mesmo quando eu for embora, não vou me esquecer das noites em que sentei aqui sozinha para ver as luzes da cidade acesas, e sentir a brisa gelada da noite soprando no meu corpo. Nunca vou me esquecer da sensação de estar aqui em cima. Aquela sensação de que eu poderia ir aonde quisesse, em qualquer lugar. A sensação de quando estou no circo, de que posso fazer e ser qualquer coisa. De que posso realizar qualquer sonho. Sensação de completude... De que tudo está bem. Nunca foi por ele. É por mim. Eu não volto lá exclusivamente por causa dele. É claro que eu sei que ele estará lá... Mas acima de tudo, eu sei que o meu coração está lá. Sei que entrar em cada cidade me dá esperança. Um tipo de esperança que eu não conhecia até então. Fé, de que posso realizar qualquer coisa. Mesmo aquilo que todos dizem ser impossível. Mesmo que ninguém entenda. Eu sou capaz.

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