5 de janeiro de 2013

Falando sobre nada


Hoje eu vou falar um pouco sobre nada. Tenho tempo de sobra, inspiração sobre tudo. Mas quero falar sobre nada. E nada tenho em mente no momento. Eu penso tão rápido, que no fim do dia minha cabeça está vazia. Pronta para falarmos sobre nada. Nada é nada. Impossível ser mais que isso. Nada não é bem silêncio. Aliás, são bem distintos. Mas serve. Nada pode muito bem ser silêncio, pode ser escuro (desse eu não gosto). Nada pode ser um deserto no meio do nada, sem nada, com um pouco vento varrendo aqui e ali. Nada pode ser uma tela branca, onde nenhum pincel passou. Ou não ficou. Ou não deixou. Nada é quando você está em paz. Nada é paz. Mas paz não é nada. Nada fica entre tudo e... entre tudo e nada. Nada fica nas seis horas da tarde, quando já não é mais dia, e os seus pensamentos vão dormir, são crianças, pobrezinhos. Nada é quando você sabe de tudo, mas você quer nada. Nada é quando você vê aquela coisa, sabe, aquela que te leva pra uma sala branca cheia de sol, e as coisas vão aparecendo aos poucos, até você se dar conta que além de estar no nada, o nada é lindo. Aquela coisa também é nada. Aquele sorriso é nada. Aquele pedaço de céu que Deus te deu pra você ir se acostumando é nada. O ponto de encotro entre a sua vida inteira, e as coisas que você vai deixar pra trás. Nada são as reticências no final, o que querem dizer? Nada. Nada além de nada. Nada demais. Nada interessante. Nada que exista. Nada que você saiba.
Nada de peixe? Não! Nada de nada. Não estou entendendo mais nada. Por mais nada que seja, muito fácil é falar sobre. Nada está no meu coração agora. E nada está na minha cabeça. Eu sei de tudo, sim eu sei. Mas não estou pensando em nada, muito histórico. Tenho que aproveitar esses momentos de nada, porque sei que quando eu dormir nada não vai existir. E sei que quando acordar tudo vai de novo começar. Nada vai me deixar. Sentirei sua falta, nada. Até amanhã, quando o dia se funde com a noite, e quando o céu se funde com o mar. Quando tudo que existe no mundo é uma coisa só: nada.

Postado pela primeira vez em 14-10-2009
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