10 de junho de 2015

Naummy e Kienzie

Aquela juba dourada solta no vento, brilhando sob os raios tênues do sol, já dizia que aquele leão era um aventureiro nato. Por onde passava deixava um rastro de coragem e disposição. Kienzie não tinha medo de nada. Nunca tivera. Um dia, decidiu saltar de paraquedas, pois esse era o único item da "lista de aventuras" que ainda não estava riscado. Kienzie gostava de sentir o sopro do ar em seus cabelos cheios de cachinhos quando corria bem rápido, e de ver todo o verde que cercava sua casa. Imagine então como poderia ser voar! Kienzie queria experimentar a sensação, queria se sentir parte do azul do céu. 
Quando estava lá no alto, bem no alto mesmo, flutuando no vento, apreciando a paisagem e se divertindo bastante, avistou um pontinho avermelhado correndo no campo em direção à montanha. 
- O que pode ser aquilo? - Kienzie pensou. E conforme foi se aproximando do chão, conseguiu ver o que era: uma raposa. 
Do outro lado da selva, na montanha, vivia uma doce raposa chamada Naummy. Era muito conhecida por sua astúcia, seu bom-humor, e pelo seu jeito manso de ser. As coisas de que ela mais gostava eram: ver a lua, ver as estrelas, ver as árvores dançando, o inverno, chocolate, sopa de repolho, frutas orgânicas, e a caverna onde morava. Naummy saía sempre para longos passeios onde via muitos lugares bonitos e pessoas boas, mas sempre, sempre voltava para casa no fim de cada dia, porque amava seu lar. 
Naummy, ao contrário de Kienzie, tinha medo de uma porção de coisas. Medo de altura. Medo de ficar de cabeça para baixo. Medo de cair. Medo de ralar o joelho... Medos que todo mundo - exceto Kienzie - tem. 
Naummy voltava para casa um dia quando ouviu um barulho lá em cima, no céu. 
- Um pássaro? - ela se perguntou. Mas quando olhou, viu que não podia ser um pássaro. - Eu nunca vi um pássaro desse tamanho! Meu Deus, ele brilha tanto! É capaz até de cegar... 
Naummy ficou ali por mais um tempo para averiguar a situação. Então Kienzie foi perdendo altura, e cada vez mais, até tocar o chão. 
- O que é você? - Naummy perguntou.
- Um leão. 
- Mas leões não voam... 
- Mas eu sim. Sou um leão voador. 
- E por acaso o senhor leão voador gostaria de tomar um chá?
E desse dia em diante os dois se tornaram melhores amigos. Kienzie ensinou Naummy e fazer estrelinha na grama, e Naummy ensinou Kienzie sobre as estrelas que ficam lá no céu. Os dois passavam tardes inteiras observando o mundo e observando um ao outro. Naummy contou para Kienzie que seu sonho era ter um jardim, e então, o leão destemido e a doce raposa saíram em busca de sementes de flores de várias partes do mundo, e juntos plantaram um enorme jardim. 
Se algum dia você passar pelo jardim de Kienzie e Naummy, eis o que verá: flores de todas as cores, tamanhos e formatos. Um mar verde com pinguinhos multicoloridos. E lá no meio de toda aquela grama, dois reflexos: um brilhando dourado, e o outro amarelo-avermelhado, brincando, rindo e contando histórias das aventuras que viveram juntos...  
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